RESUMO: O objetivo deste estudo está em descrever com brevidade a historicidade da moral e da ética, tendo como base a obra de Adolfo Sánchez Vásquez. Metodologicamente, este estudo pode ser classificado como histórico-filosófico. Os resultados evidenciam que a ética e a moral passaram por uma série de transformações, conforme o período histórico vivido. Conclui-se que a moral e a ética são preceitos complexos e se diferenciam em razão do período vivido e as condições sociais, econômicas, políticas e culturais. INTRODUÇÃO Os problemas éticos se diferenciam pela sua generalidade e os distinguem dos problemas morais da vida cotidiana, que são aqueles não representados em situações concretas, mas que podem influir na moral vivida, principalmente, quando se refere a uma ética absolutista (as ações são certas ou erradas), apriorística (todas as leis morais residem em princípios apriorísticos) ou especulativa (seu objetivo de estudo é normativo). Nesta, a moral se constitui como conjunto de normas de condutas e a ética pode contribuir para fundamentar ou justificar determinadas formas de comportamento moral, as necessidades e os interesses sociais. Assim, a ética ajudará a situar no devido lugar a moral efetiva, real, de um grupo social que tem a pretensão de que seus princípios e a suas normas tenham validade universal considerando as necessidades e os interesses concretos. (VÁZQUEZ, 1969). A ética, enquanto fundamento teórico procura investigar ou explicar as experiências humanas e as formas de comportamento O valor da ética como teoria está naquilo que explica e não no fato de prescrever ou recomendar com vistas a ações em situações concretas. Como reação aos excessos normativistas das éticas tradicionais, temporalmente vem-se procurando limitar os domínios da ética aos problemas da linguagem e do raciocínio moral. Neste sentido, a ética é explicação daquilo que foi, ou é, e não uma simples descrição. Não lhe cabe a formulação de juízo moral de outras sociedades ou de outras épocas em nome de uma moral absoluta e universal (VÁZQUEZ, 1969). A relação entre a ética e a moral Da mesma forma que os problemas morais não se identificam com problemas práticos, mesmo que estejam estritamente relacionados, também não se pode confundir a ética e a moral. A ética não cria a moral, porquanto, seja certo que toda moral supõe certos princípios, normas ou regras de comportamento, mas não é a ética que os institui ou estabelece em uma determinada comunidade. A ética se depara com uma experiência histórico-social do terreno da moral, visto que uma série de práticas morais já em vigor e partindo delas que se procura determinar uma essência moral, sua origem, as condições e ações subjetivas, as fontes de avaliação moral, a natureza e as funções dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais (VÁZQUEZ, 1969). A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. A ética se ocupa de um objeto próprio que se refere a realidade humana que se denomina moral, constituída por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos. A ética é a ciência da moral, ou seja, de uma esfera do comportamento humano. A moral não é ciência, mas objeto da ciência e, neste sentido, que ela é estudada e investigada. A ética não é moral, porquanto, não pode ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições. Sua missão é explicar a moral efetiva e, sendo assim, pode influir na própria moral (VÁZQUEZ, 1969). Por moral entendemos um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos entre um determinado segmento social. Como as sociedades são dinâmicas, as morais concretas e efetivas também se sucedem e se substituem, portanto, não são estanques e imutáveis. Isso pode ser sentido nos espaços históricos vividos. A maioria das doutrinas éticas procuram explicar à luz dos princípios absolutos e a priori, fixando sua essência e as suas funções sem considerar as morais históricas concretas. Porquanto, nesta situação, a origem da moral se situa fora da história. Segundo Vázquez (1969, p.31) este a-historicismo moral no campo a ética segue em três direções basilares: 1. Deus como a origem ou fonte da moral- Neste caso, as normas morais derivam de um poder sobre-humano, cujos mandamentos constituem os princípios e as normas morais fundamentais, logo, as raízes da moral não estariam no próprio homem, mas fora e acima dele; 2. A natureza como origem ou fonte da moral- a conduta moral do homem não seria senão um aspecto da conduta natural, biológica. A qualidades morais tais como a ajuda mutua, disciplina, solidariedade teriam sua origem nos instintos e, por isso, poderiam ser encontradas no homem como ser natural, biológico inclusive nos animais como afirmaria Darwin ao dizer que alguns animais são capazes de ter sentimentos semelhantes aos homens como amor, felicidade e lealdade. 3. O homem como origem e fonte da moral- O homem aqui referido é um ser dotado de toda uma essência eterna e imutável inerente a todos os indivíduos, independentes de suas vicissitudes históricas ou a situação social. A moral constituiria um aspecto na maneira de ser, que conservar-se-ia e perdurar-se-ia através das mudanças históricas e sociais. No primeiro caso acima procura-se ater a moral como algo ‘fora do homem’, em um ser que o transcende; na segunda situação estaria vinculada a natureza e, por último, a centralidade se desloca para o homem abstrato, irreal, situado fora da sociedade e da história. Frente às concepções descritas torna-se necessário acentuar o caráter da moral em consequência do próprio caráter histórico e social do homem. Embora se reconheça o comportamento moral desde a época das sociedades primitivas, a moral não é estática, pois muda e se desenvolve com a mudança e o desenvolvimento das sociedades concretas. Há que se considerar que temporalmente há a troca de certas normas e valores por outras e, também, das virtudes através dos tempos (VÁZQUEZ, 1969). Sobre a origem da moral A moral efetivamente surge quando o homem supera a sua natureza instintiva e transcende para uma natureza social. Esta conformação passa exigir uma certa regulamentação do comportamento dos indivíduos entre si e destes para a comunidade. A moral exige necessariamente que o homem tenha uma relação com os demais, mas principalmente, uma consciência de si mesmo e que desta relação possa se comportar conforme as normas ou prescrições que o governam. A necessidade de ajustar o comportamento de cada membro da coletividade leva seus participantes a adotarem condutas concernentes com aquilo que é bom ou proveitoso, que contribui para reforçar a união ou a atividade em comum e, ao contrário também, o que contribui para debilitar ou minar a união. Estabelece-se assim uma divisória entre o que é bom e o que é mau. Nesta, a moral cavalheiresca partia da premissa de que o nobre, por ser tal, por razões de sangue, já possuía uma série de qualidades morais que o distinguiam dos plebeus e dos servos, conforme esta concepção, a nobreza de sangue por si só já possuía uma dimensão moral, ao passo que os servos e os escravos, por sua própria origem, não podiam levar uma vida realmente moral. Em uma comunidade exposta às leis da natureza e aos homens de outras comunidades, o sujeito valente presta um serviço a esta comunidade, portanto, isso é uma virtude. Por outro lado, a covardia nesta perspectiva poderia ser considerada um vício danoso, e entre a estes acrescem-se outros como o egoísmo, a preguiça (VÁZQUEZ, 1969). A moral só pode surgir quando o homem superou a sua natureza em estado puro, ou seja, a natureza instintiva e evoluiu para uma natureza social, ou seja, quando se é membro de uma coletividade (famílias, tribos). Surge como regulamentação do comportamento dos indivíduos entre si e destes para a comunidade, já que a moral exige necessariamente não só que o homem esteja em relação com os demais, mas também certa consciência, por mais limitada ou imprecisa que possa se comportar de acordo com as normas ou as prescrições que o governam (VÁZQUEZ, 1969). A necessidade de ajustar o comportamento de cada membro aos interesses da coletividade leva a considerar como bom ou proveitoso tudo aquilo que serve para reforçar a união ou a atividade comum e, em sentido contrário, vê-se como mau ou perigoso o oposto, ou seja, tudo aquilo que pode debilitar a união. A partir de então se estabelece uma linha divisória entre o que é bom e o que é mau. Destacando-se uma série de deveres: todos são obrigados a trabalhar e enfrentar os inimigos da tribo, sendo que estas obrigações comportam o desenvolvimento das qualidades morais relativas a uma comunidade: solidariedade, ajuda mútua, disciplina, dedicação aos filhos, o que mais tarde se qualificará em virtudes ou vícios acha-se determinado pelo seu caráter coletivo da vida social (VÁZQUEZ, 1969). Em uma comunidade que está sujeita a uma luta incessante contra a natureza e contra homens de outra comunidade, o valor é uma virtude principal, porque o valente presta um grande serviço a comunidade, assim são valoradas ações como a solidariedade, a ajuda mútua, disciplina entre outros. Por outro lado, a covardia é um vício lesivo a sociedades primitivas por atenta contra tudo, em especial, contra os interesses vitais da comunidade. Outros vícios são igualmente considerados danosos como o egoísmo e a preguiça (VÁZQUEZ, 1969). O princípio de justiça corresponde também ao princípio coletivista (justiça distributiva). Este implica na igualdade na distribuição (os víveres ou as presas de guerra se distribuem de maneira igualitária), assim a justiça se significa repartição igual. Como justiça retribuidora, a reparação de um mal causado a um membro da comunidade é coletiva, já que os agravos são um assunto comum: quem derrama sangue, derrama de todos, e assim todos os membros da tribo são obrigados a se vingar. (VÁZQUEZ, 1969). CONCLUSÃO Estas breves asserções permitem entender de que a moral vivida muda historicamente segundo as mudanças que se verificam no desenvolvimento social. Destas, pode-se observar a diferentes etapas históricas e os preceitos morais que a regem, desde o período primitivo em que os homens passaram a viver em pequenas comunidades, passando por um período escravagista, ao sistema feudal e o burguês como embrião de uma sociedade capitalista. É possível compreender que a moral muda em conformidade com as transformações sociais, econômicas, políticas e religiosas. Desta forma, o aperfeiçoamento moral, incorre na superação de arestas e o ajustamento social, econômico, político e religioso. As questões morais e o aperfeiçoamento social até o período descrito no estudo, estavam em superar as relações excessivamente econômicas, para situações que inferissem em relações mais transparentes, superação da alienação, transformação social e a reconfiguração moral. Desta forma, o surgimento de uma nova moral está atrelado a uma série de condições necessárias, que incluam mudanças políticas, culturais, econômicas, religiosos e no momento vivido, as questões que envolvem as tecnologias e as mídias de massas. REFERENCIAS:VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética.Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S.A. 1969. Autor: Ir.: Luiz Anildo Anacleto da SilvaA.:R.:L.:S.: Concórdia do SulOr.: de Passo Fundo • GOB-RS ANÚNCIO ALTA LUCRATIVIDADE E BAIXA CONCORRÊNCIA todos os dados foram coletados em sites e de dados como o IBGE, FecomercioSP, Veja, Exame e outros canais do setor. Quais as variaveis que mais afetam esse tipo de negócio? Como se comportam essas variaveis de mercado? Como levantar as informações necessarias para se tormar a iniciativa de empreender?Ao longo da história muitas culturas desenvolveram o hábiro de enterrar os corpos de seus entes queridos falecidos algumas vezes seguindo rituais religiosos, o sepultamento possui também razões de higiene, sendo uma opção quando o corpo não pode ser eliminado e outras formas (EX: cremação). No passado muitos familiares tinham o costume de enterrar seus entes queridos no quintal. Os antigos egípcios são conhecidos por terem mumificado e enterrado seus entes queridos, que consideravam divindades. Sepultar seu ente querido após a morte deste, além de ser um gesto de carinho e retribuição às alegrias que ele nos deu em vida, faz parte de uma tendência conhecida como “humanização” e que tem despertado a oferta de produtor e serviços voltados para este novo comportamento do consumidor. Para os que querem empreender no ramo e “morder” uma faria deste mercado, vale dizer que, uma carência enorme vem fazendo com que aumente nas cidades, médias e grandes do país a procura pelo sepultamento em cemitérios particulares, fenômeno impulsionado em todas as regiões do país. Veja na matéria sobre o mercado.