CONTEÚDO FILOSÓFICO DO GRAU DE MESTRE SECRETO – GRAU 4

O Grau de Mestre Secreto, primeiro dos graus filosóficos, é a porta de entrada dos Altos Corpos Filosóficos.

É o grau pelo qual o Maçom inicia uma longa viagem, enveredando por novos caminhos, parte em busca de novos conhecimentos, experiências e estudos através dos quais alcançará novos progressos.
Riquíssimo em simbolismo e elementos de estudos, o 4º Grau exige aplicação, exame e meditação, sem os quais não poderá ser compreendido, sendo que os verdadeiros segredos do Mestrado deverão ser objeto de pesquisas aprofundadas, que não são impossíveis ao Iniciado.

É o que sugere o Ritual, ao coroar o Candidato com o louro e a oliveira, emblemas do triunfo; lembrando as coroas daqueles que, na antiguidade, iam consultar o Oráculo:
“Vós consultais, nesse momento, um oráculo bem mais apreciável que o de Delfos. O da verdade Maçônica, que não dá respostas ambíguas e equívocas como aquele.”

O Mestre Secreto põe-se em viagem, a fim de procurar a Palavra Perdida, o grande objetivo que tem por missão conseguir. Porém, só através do silêncio e do isolamento, é que o Mestre Secreto poderá alcançar a faculdade da Intuição que há de proporcionar o discernimento da Verdade. A Intuição será um guia mais seguro na busca de certos conhecimentos que não têm demonstração científica, pois são justamente aqueles que constituem o Segredo do Maçom e a sua verdade.

Tais conhecimentos desenvolveram-se nos “Sanctus Sanctoruns” do nosso ser, posto que esse Santuário do Templo representa a consciência do homem, a parte mais concentrada do seu ser, onde reside e se manifesta a Xekiná dos hebreus, ou seja, a presença divina, pois só a consciência pode conceber a grandeza e a imensidade de Deus.

Esse resplendor deslumbrante acha-se contido na Palavra de Passe do Grau, e o Maçom poderá entrevê-lo, se souber utilizar a Chave de Marfim do discernimento e da compreensão interior.

O Grau de Mestre Secreto inspira-se na Bíblia e, particularmente, no estabelecimento e na organização do culto divino o que, segundo narrativa bíblica, foi efetuada pelo próprio Jeová com o auxílio de Moisés.
Refere-se o Ritual aos acontecimentos posteriores à morte de Hiran Abiff, quando Salomão pretendeu remediar o prejuízo causado ao Templo, suprindo a perda do seu ilustre construtor pela indicação de sete Mestres peritos na Arte entre eles, os quais foram divididos os trabalhos, que até então tinham sido conduzidos por um único homem genial.

Os trabalhos da Loja processam-se na parte mais sagrada do Templo de Salomão, o “Sanctum Sanctorum”, e as instruções do Grau versam sobre o sentido místico dos móveis que eles contêm.
Os trabalhos são continuados por Adonhiram, filho de Abda, lugar-tenente de Hiram e antigo superintendente dos trabalhos do Mestre Líbano. Nomeado para dirigi-los, com
auxílio de seis Mestres, que deverão assisti-lo em suas tarefas, ele é considerado o primeiro Mestre Secreto.

A lenda do Grau deve ser vista como uma alegoria. Com efeito, o Templo de Salomão é o emblema alegórico do homem, física e intelectualmente, posto que no “Sanctum Sanctorum”, que é a parte mais intima do homem, reside a Consciência. Hiram, significado homem de nascimento nobre, é o homem superior que morre e é substituído por Adonhiram, isto é, a elevação de sentimentos que deve possuir todo aquele que procura regenerar o seu espírito.

Assim, para que o homem possa construir um Templo semelhante ao de Salomão, há de necessitar antes de tudo, de lançar fora de si todo material inferior e impróprio para a construção, ou seja, tudo aquilo que é constituído pelas preocupações materiais. Para isso, ele recebe o auxílio do homem físico, do qual o símbolo é o número seis.

As instruções esotéricas dos três Graus simbólicos ensinam que não há Criação sem Geração, ao passo que o quarto grau prova que não existe revelação fora da Consciência. O homem espiritual coopera, na verdade, para geração, como simples executor de um principio da conservação da espécie, enquanto o homem espiritual, tão longe adquire a Consciência parte à procura de Deus.

Os trabalhos do Grau de Mestre Secreto têm por objetivo demonstrar que a Consciência é o verdadeiro juiz do homem, que o “Livre Arbítrio” ensina-lhe os sentimentos de Honra, Virtude e Justiça, e também a praticá-los. A Consciência que o faz distinguir o Bem do Mal, a justiça da Injustiça, é também a que o impede na busca da perfeição.

Os trabalhos do Grau pretendem, ainda, ensinar que o Segredo, a Subordinação e a Felicidade são indispensáveis para a consolidação da Liberdade.

O Ritual encerra, ainda, lições de discrição e de fidelidade, como primeira obrigação do Iniciado, que as recebe através do selo da Loja, aplicado sobre os lábios e o Sinal do Grau constantemente repetido. Mostra-lhe que a felicidade consiste na prática da Caridade e na exaltação da Virtude, como também do Estudo. Mostra-lhe que o Mestre Secreto deve despir o seu espírito das paixões que aviltam, impedindo-o de atingir a serenidade do sábio.

Aponta-lhe os objetivos visados pela Maçonaria dizendo textualmente:
“A Maçonaria procura, portanto, homens experimentados e espíritos amadurecidos e resolutos, a fim de dar à Humanidade condutora hábeis pelo estudo e implacáveis no cumprimento do Dever”.

E o Ritual ainda mostra que o Maçom deve ter um verdadeiro culto ao Dever:
“A primeira obrigação é o sentimento profundo do Dever, porque o Dever é a fonte de todas as energias e a única arma cuja tempera não falha. O Dever é uma necessidade absoluta”.
E conclui que o juramento prestado resume-se para o Mestre Secreto na seguinte máxima:
“FIDELIDADE AO DEVER, QUE VOSSA CONSCIÊNCIA VOS IMPÕE.”

É a razão, porque o Mestre Secreto que consegue atingir as metas fixadas pela Maçonaria e ensinadas neste Grau, torna-se merecedor de ser recebido debaixo do loureiro e da oliveira.

REFERÊNCIAS:
Nicola Aslan, apud Instruções – Lojas de Perfeição

Autor: Ir.: Jefferson Assad de Mello
Grande Secretário de Cultura
Or.: de Belo Horizonte • GOMG – MG

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