O Tapete tem sua origem no costume dos antigos maçons especulativos de traçar com giz ou carvão no chão dos locais de reunião as ferramentas do ofício de construtor. Estes desenhos eram apagados após o encerramento da Loja e refeitos antes da próxima sessão. Posteriormente, para facilitar os trabalhos, foram utilizados tecidos pintados que eram estendidos no chão, tal qual um tapete. O Irmão Schröder resgatou este costume, enquanto outros Ritos o substituíram pelos Painéis dos Três Graus. Na Alemanha, embora não esteja previsto no Ritual, o Tapete de Schröder é confeccionado em três tamanhos: a) pequeno: 90 x 120 cm; b) médio: 120 x 180 cm; c) grande: 150 x 225 cm. Contudo, o que está previsto no Ritual é a sua forma, obrigatoriamente retangular. É importante salientar que o Templo do Rito Schröder – representando a Oficina de Trabalho erguida ao lado do “Templo que estamos construindo” – é, por isto mesmo, despojado de símbolos, os quais ficam concentrados no Tapete. As exceções são a Bíblia, o Compasso e o Esquadro – As Três Grandes Luzes da Maçonaria – que estão sobre o Altar (mesa do V∴M∴); e as Três Pequenas Luzes: Sabedoria, Força e Beleza, representadas pela chama das três grandes velas colocadas sobre os candelabros (colunas) no Sudeste, Sudoeste e Sul do Tapete. Para entendermos a importância do Tapete (que o Ritual define como “a planta do Templo de Salomão”), é preciso que analisemos os significados dos objetos nele representados de acordo com a ótica humanista com forte característica ética e moral, resgatadas por Schröder: Conclusão: O escritor e ex-Grão-Mestre, Albert Pike (1809- 1891), declarou ser um privilégio inalienável do maçom interpretar os símbolos da Maçonaria para si próprio. No sentido amplo, símbolo é um sinal ou objeto ao qual se dá uma significação moral. Para a Psicologia, é a ideia consciente que representa e encerra a significação de uma outra ideia inconsciente. Assim, nós devemos refletir sobre cada objeto, ferramenta ou sinal para os quais existem e podemos atribuir muitos significados. A abrangência destas interpretações depende do nosso estágio individual de conhecimento e percepção, estágio este que é simbolicamente representado pelos três Graus da Maçonaria Simbólica. Os conhecimentos obtidos devem ser aplicados em nosso dia-a-dia, fazendo-nos crescer como seres humanos e cidadãos. Melhorar a nós mesmos e, por decorrência, a Sociedade que nos cerca, tornando-a mais justa, humanitária e fraterna, é a finalidade e Grande Obra da Maçonaria. Comentário final: o Compasso que, para o maçom, representa os limites, não está representado no Tapete por ser a “Jóia do Grão-Mestre”, que é quem impõe os limites na Maçonaria. – A. Martelo Pontiagudo (Escoda ou Martelo de Pedreiro): o espírito atuando sobre a matéria com sabedoria. É uma das ferramentas de trabalho dos Aprendizes no desbaste da Pedra Bruta, removendo de seu caráter os vícios e preconceitos. B. Céu: limpo no Oriente, de onde veio a “Luz”, as Artes, a Ciência. Nublado no Ocidente, onde o Sol se põe e onde, simbolicamente, estão os que ainda não alcançaram o conhecimento maçônico pleno. C. Colher de Pedreiro (usualmente denominada “trolha”): a proteção da Obra contra más influências. D. Esquadro: o Dever, a Justiça, a equidade e a retidão de caráter. Lembra a igualdade de todos os maçons perante a Lei e o limite moral das nossas ações perante nossos semelhantes. É a ferramenta e a joia do Venerável Mestre, que deve ser um modelo inflexível no cumprimento do dever, na correção moral e na aplicação da Justiça. E. Nível: a igualdade entre os Irmãos, e o emprego correto dos conhecimentos. Lembra ao maçom que todas as coisas devem ser avaliadas com igual serenidade, imparcialidade e tolerância. É a ferramenta e a joia do 1° Vigilante. F. Muro que protege a Loja dos olhos e ouvidos dos “não-maçons”: Neste muro estão os nichos que abrigam as diversas ferramentas usadas na construção (Esquadro, Nível, Prumo, etc.). G. Pedra Bruta: é a imagem da alma sem instrução e em seu estado natural. Representa o Aprendiz iniciando sua caminhada maçônica, estudando para adquirir os conhecimentos do seu grau e a sua aplicação e interpretação filosófica. H. Pedra Cúbica: é a obra prima que o Aprendiz entregará ao Companheiro (ele mesmo, em outro estágio de evolução). O Companheiro deverá polir a Pedra em busca da perfeição espiritual e intelectual, seu Trabalho inicia no ponto em que parou como Aprendiz. I. Porta do Leste: V∴M∴; J. Porta do Oeste: 1° Vig.; L. Porta do Sul- 2° Vig: Representam as portas do Templo de Salomão, do qual historicamente derivam os Templos das Igrejas e da Maçonaria e também o V∴M∴ e os Vigilantes que devem, em primeiro lugar, proteger a Loja. M. Prumo: o sentido reto de nosso julgamento. A pesquisa (o estudo) em profundidade. É a ferramenta e a joia do 2° Vigilante. N. Régua de 24 polegadas: a divisão do tempo com sabedoria, a precisão na execução, a retidão de conduta. É uma das mais importantes ferramentas de trabalho do maçom pois, o Mestre a utiliza para a elaboração do projeto da Obra; o Companheiro para medir, concluindo o trabalho de polir a Pedra Cúbica; o Aprendiz a utiliza, em conjunto com o Alvião, para traçar e marcar a Pedra Bruta para o desbaste. O. Representação gráfica do 47° Problema de Euclides, conhecido como “O Teorema de Pitágoras”: cuja demonstração é em um triângulo retângulo a soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. É a representação da Prancheta e da Joia imóvel (ou fixa) do Mestre. É também, em muitos Ritos, a joia do ex-Venerável (Past Master ou AltStuhlMeister) e representa a perfeição e a universalidade das Leis do G∴A∴D∴U∴, por que a Verdade Matemática que o Teorema traduz é imutável em qualquer ponto do Universo. Bibliografia: – M∴R∴G∴L∴M∴E∴R∴G∴S∴ Rituais dos Graus de Aprendiz e Companheiro do Rito Schröder; – Irm∴ Hans Adolf Ruy Sailer. Desenho e explicações sobre o Tapete; – Irm∴ José Castellani. Dicionário de Termos Maçônicos; – Irm∴ José Sílvio Mendes Brum. Peça de arquitetura “O Tapete”; – Irm∴ Kurt Max Hauser. Peça de arquitetura “O Simbolismo na Maçonaria”; – Irm∴ Dr. Ernst Günther Geppert. Complemento ao desenho original na confecção do Tapete de 1968 da Loja “ABSALOM”, Nr. 1 – Or. de Hamburgo, Alemanha, traduzido pelos Irmãos Antonio Gouveia Medeiros e Karl Franzke, do Colegiado Diretor do Colégio de Estudos do Rito Schröder – SC; – Irm∴ Nicola Aslan. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia; – MEC – Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ