A preparação de um atleta de alto nível envolve um planejamento minucioso com um claro objetivo de alcançar resultados. É um trabalho personalizado, específico, direcionado para corrigir e adequar todos os aspectos táticos, técnicos e estratégicos, para se obter o máximo e superar o desempenho dos adversários. Não existe espaço para erros, e o erro é penalizado com a derrota.

É possível mensurar o desenvolvimento do atleta através de números, recordes e resultados, e resultado é o que importa. A Maçonaria também ministra um treinamento de alto nível, planejado e executado de acordo com um sofisticado programa de objetivos, claramente definidos. O diferencial é que é um treinamento global, único, cujos resultados individuais não são visíveis, como os resultados dos atletas; o maçom afirma e reafirma estar “polindo sua pedra bruta” e nós, não podemos mensurar esse polimento. Temos que acreditar na palavra do maçom, enxergando apenas seu comportamento social visível, muitas vezes, apenas o seu comportamento dentro da Loj.’.

O Ir.’. 1º Vigilante, afirma no início de todas as sessões; “V.’.M.’.; todos os obreiros em ambas as colunas são Maçons.”

Serão Mesmo Maçons?

Ser verdadeiramente maçom é maravilhoso, mas ser verdadeiramente maçom, não é nada fácil, aliás, é muito difícil. Esse trabalho é 100% inspirado e extraído do “Ritual do Simbolismo do Aprendiz Maçom”. E o pior de tudo; o mundo está praticamente perdido. É fome, peste e guerra e rumores de guerra. Filhos desrespeitando os pais, as leis sendo desprezadas e espezinhadas. Homens e mulheres corrompidos colocando as crianças em contato com as piores informações possíveis, moldando-as, em valores sem valor algum. Os conceitos estão se invertendo e o princípio da autoridade se pulverizando, produzindo um caldo de desordem e injustiça de dimensões inimagináveis. A corrupção se alastra como uma infecção. Falta decoro, falta vergonha e perde-se a fé.

Precisamos urgentemente de maçons, de homens verdadeiramente maçons. Mas, o que é ser verdadeiramente maçom? É simples, basta cumprir a palavra e seguir rigorosamente as instruções do “Ritual do Simbolismo do Aprendiz Maçom”. Ritual do Simbolismo do Aprendiz Maçom, página 48; fórmula ditada pelo Orador para o Profano tomar ciência do tipo de compromisso que ele vai assumir, “Juro e prometo, de minha livre e espontânea vontade, e por minha honra, em presença do G.’.A.’.D.’.U.’. e dos membros desta Loj.’. defender e proteger meus Irmãos esparsos pelo mundo, em tudo em que puder e for necessário e justo,…prometo também conservar–me sempre cidadão honesto e digno, submisso às leis democráticas do País, amigo de minha família e maçom sincero, nunca atentando contra a honra de alguém, (…)procurarei tornar-me sempre um elemento de Paz, de Concórdia e de Harmonia no seio da Maçonaria (…)” Essa fórmula de juramento abrange outras declarações importantes até culminar com o seguinte desfecho: “Tudo isto prometo cumprir, sem sofisma, equívoco ou reserva mental e consinto, se faltar à minha palavra, em ser EXCLUÍDO de toda a sociedade dos homens de bem que, então, deverão ver em mim um ente sem honra e sem dignidade.”

Isso, meus IIr.’., tem o objetivo de mexer com os brios do neófito. O candidato precisa compreender o exato sentido destas palavras, para assumir na verdade, não um compromisso com a assembleia paramentada, mas um compromisso de foro íntimo, um compromisso de coração. O objetivo é despertar um sentimento daqueles, que se aflora vindo da alma. Quando por infelicidade algum de nós, sendo consciente e verdadeiro, cometer um deslize qualquer, e sentir o rubor na face e o amargor no coração, martirizado intimamente, sem ninguém saber, por ter cometido o deslize, aí sim, ficará caracterizado o compromisso do coração.

Para isso é preciso praticar com exatidão a receita da fórmula do juramento, sem sofisma e sem reserva mental. O que é sofisma? O que é reserva mental?

Vamos lá Caros IIr.’., pesquisem no dicionário e entendam claramente o compromisso que vocês, todos vocês, assumiram e que ratificam em cada reunião do grau a que pertencem. SOFISMA: de acordo com o Dicionário Larousse, quer dizer: “Argumento que, partindo de premissas verdadeiras ou supostamente verdadeiras, chega a uma conclusão absurda, mas difícil de ser refutada. Raciocínio vicioso cuja base repousa num hábil jogo de palavras, constituindo um argumento aparentemente correto, mas na realidade falso, destinado a induzir o interlocutor a erro. Engano, logro”.

Ou seja, a Maçonaria não aprova sofisma. A Maçonaria defende a transparência e a reflexão precisa. Não às explicações obscuras, tangenciais, indiretas, cheias de vícios e justificativas, apoiadas em pequenas vírgulas, para se afastar da verdade e fazer prevalecer o erro, o privilégio indevido e a falsidade, em nome do interesse espúrio, da política rasteira, do apadrinhamento e da injustiça.

E o que é reserva mental? Reserva mental é a mentira oculta; por fora, na frente de todos os IIr.’., “Juro e prometo cumprir” por dentro, “…eu não, me inclua fora dessa.”

Quem é que pode controlar uma atitude dessas senão a própria consciência? Se o meu juramento não for do coração, você não será verdadeiramente maçom. Se não for um compromisso pessoal, de dentro pra fora, não será possível cumprir os preceitos enunciados na página 9 do mesmo ritual; “praticar a justiça, amar o próximo, trabalhar pela felicidade do gênero humano.” Ou, mais aprofundamente, “Ainda uma vez refleti, senhor. Se vos tornardes Maçom, …não deveis combater somente vossas paixões, mas tereis ainda que combater os outros inimigos da Humanidade, ou sejam; os hipócritas, que a enganam; os pérfidos, que a defraudam e os corruptos e sem princípios, que abusam da confiança dos povos. A esses, não se combate sem perigos”.

Só para enfatizar, mais uma vez, recorramos ao Dicionário Larousse meus IIr.’., Hipócrita: “Quê, ou quem demonstra ser o que não é ou não sente, quase sempre por algum interesse, fingido, falso, dissimulado”. Pérfiso: “Que falta à fé jurada, infiel, desleal, que denota ou envolve perfídia, falso, enganador”. Corrupto: Em que ocorreu adulteração, que tem erro na escrita ou pronúncia, depravado, que ou quem se deixou corromper ou subornar”.

O verdadeiro maçom não é hipócrita.
O verdadeiro maçom não é pérfido.
O verdadeiro maçom não é corrupto.

E o maçom não é nada disso, por opção própria, por decisão pessoal, por convicção. A ordem não tem como penetrar no coração dos maçons, para vasculhar seus mais recônditos sentimentos e decidir mantê-los ou excluí-los de seus quadros. É possível que nem todos nós sejamos maçons de verdade, ou que não sejamos totalmente maçons. Essa nossa condição de seres humanos, imperfeitos e injustos, nos fragiliza tanto, que o ideal da Maçonaria, às vezes, parece se tornar uma utopia.

É utopia sonhar com uma Maçonaria na qual todos os obreiros tenham as virtudes preconizadas pelo nosso ritual?

O mundo carece de gente de bem. Precisamos urgentemente de maçons, de homens verdadeiramente maçons. Precisamos de legiões de gente de bem para influenciar positivamente e dar bons exemplos. Já temos bandidos em número suficiente, temos hipócritas, falsários, desonestos, corruptos, infiéis, traidores, incrédulos e toda a sorte de gente negativa que prejudica e destrói.

Precisamos de gente do bem de verdade, é por isso que a Maçonaria precisa ampliar seus quadros e ministrar suas lições e alcançar os corações. O mecanismo da Maçonaria, só funcionará se alcançar seu coração e sua mente.

Quando você, maçom, perceber que a verdadeira Maçonaria ocorrerá apenas em sua mente e em seu coração, que é um trabalho íntimo, para que você é convidado a, em primeiro lugar, reconhecer suas próprias falhas, que são as asperezas da pedra bruta, e em seguida é convidado a corrigir essas falhas pessoais, que é polir sua pedra bruta, ou seja, polir-se a si mesmo e depois, simbolicamente, avançar em outras tantas lições singelas, simples e profundamente verdadeiras, aí sim a simbologia terá encontrado seus significados e terá produzido seus frutos. É você maçom, autocorrigindo-se em um primeiro momento para depois dar exemplo e contribuir para mudar o erro e produzir o acerto onde quer que andares.

Não podemos permitir que as palavras expressas nas valiosas páginas dos nossos rituais sejam apenas palavras ao vento, pronunciadas mecânica e descompromissadamente, recitadas repetidamente apenas para cumprir um ritual vazio e sem significado

Que consigamos nos emocionar e perceber a beleza de oração, que o V.’.Μ.’. faz em nosso favor, em todas as aberturas dos nossos trabalhos. Que nesse momento elevemos os nossos pensamentos ao G.’.A.’.D.’.U.’. para que nossas mentes possam se converter em verdadeiros templos da sublime instituição e consigam abrigar os reais sentimentos, que poderão despertar as virtudes necessárias à nossa formação e transformação, a fim de alcançarmos os necessários objetivos, de não apenas tornar feliz a humanidade, agora é preciso salva-lá dela mesma.

Que o G.’.A.’.D.’.U.’. a todos ilumine e guarde e que nos dê a compreensão necessária para auxiliar no que for preciso, para nos aproximarmos da justiça e da perfeição.

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