A preocupação é uma idéia antecipada que se tem sobre algum fato que poderá acontecer. E, nós maçons, estamos sempre preocupados com os atos promovidos por alguns maçons em divulgar assuntos relacionados com a Maçonaria.

Para espanto de alguns maçons, foram divulgados na televisão, em pouco tempo, temas relacionados com a Maçonaria e passado ao público, relatando alguns procedimentos ocorridos em meio maçônico, porque ali se deve guardar segredo, ou melhor, não se propagar o que fazemos dentro do Templo, que são momentos especiais que nos energizamos e construímos uma fraternidade forte e constante entre homens de bem e, como se diz entre nós, “livres e de bons costumes”.

Ora, quando se é iniciado, isto significando que fomos colocados como “Pedra Bruta” e tentamos dia a dia nos tornar uma ‘Pedra Lapidada’ para ser incluído na construção do Templo Interior para servir como pedra de construção para uma humanidade mais justa e feliz.

A partir da iniciação tudo que se fala de Maçonaria nós a passamos a vê-la com “olhos de Iniciados”. E aí é que reside a preocupação do verdadeiro Maçom. E a inquietação proveniente dessa idéia cresce constantemente.

Um ato simples como apresentação de um símbolo maçônico, já temos a idéia fixa e inquietante de que estão abrindo a Maçonaria para aqueles que não tiveram o privilégio de estudar a fundo os simbolismos maçônicos.

Se percorrermos a história, vamos observar que durante séculos e séculos escreveram sobre Maçonaria, com descrições de muitos atos maçônicos, nem por isso, houve qualquer problema a respeito do vazamento sigiloso de nossa Ordem. Basta citar o caso de Leo Taxil que chegou a ser iniciado em uma Loja para em seguida escrever um livro deturpando todo o simbolismo maçônico. Com o tempo foi desmascarado e esquecido. Coisa que ele fez também com a Igreja Católica. Tinha como escopo de ganhar dinheiro e fama. Deu-se mau no final.

Na realidade qualquer um que entrou para a Instituição foi levado por uma quantidade de curiosidade. Embora na “Câmara de Reflexão” esteja em letras garrafais: “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te”, isto não é nenhum problema se verdadeiramente estamos com um pouco de curiosidade, que é salutar, e sim, se o estamos ali somente por curiosidade. Está mais que provado de que esses não permanecerão, porque a curiosidade tem limite. Imaginemos os que não foram iniciados.

Essa preocupação é muito saudável porque nos levará a medidas de precaução para com a Ordem. Não a ponto de ser radical e querer de imediato tornar perjúrio todo àquele que descumpriu o seu juramento de guardar sigilo. Há de se analisar profundamente as consequências desse ato do descumprimento e de suas ações.

Não é porque se mostrou na televisão uma variedade de carros e seus mecanismos que depois da apresentação chegue-se a fabricar um carro. Somente aqueles que aprenderam nos bancos da faculdade engenharia e se aprofundaram na criação do carro que terão a capacidade de construí- lo. Ou então, ao pegarmos um resultado de exame médico sabermos decifrar tudo sem o auxílio de profissional da medicina. Decifra-se muita coisa, mas o essencial somente o médico o saberá e o dirá, porque ele foi iniciado na medicina e conhece a sua essência. Para os não iniciados na medicina, falta-lhe o olho que discerna e compreende.

Assim é com a Maçonaria. São necessários estudos e mais estudos para começar a viver Maçonaria. E alguns dados recheados de dramatização e testemunhos de maçons sobre fatos históricos atribuídos à Maçonaria, sem comprovação, não vão modificá-la em nada. Creio que, às vezes, pode até fazer com que as pessoas comecem a pensar sobre o assunto e se interessar para conhecê-la melhor.

E, no final, ver que a Maçonaria tem em seu seio homens bons, “livres e de bons costumes” e que estão na Instituição para tornarem-se melhores.

A dedicação ardente dos maçons leva naturalmente a essa preocupação, mas devemos lembrar que a ESSÊNCIA da Maçonaria, essa jamais será revelada aos não iniciados.