Continuação

Assim, a italiana Bianca Capone, em seu Guida all’Italia dei templari, afirma:
“Antes muito pobres, os Cavaleiros Templários se expandiram rapidamente pela Europa, construindo pontes, igrejas, hospedarias, estradas e vilas. Uma rede de casas fortificadas recobria toda a Europa, da Suécia à Inglaterra, da França à Itália, da Alemanha à Hungria e até à Rússia. Os investimentos Templários surgiam por todos os lados. Nos centros mais importantes, existiam duas e às vezes três dessas fortificações. Das cidades portuárias zarpavam os navios templários para o Oriente, carregados de cruzados, peregrinos e alimentos para homens e animais”.

Em poucos anos, os Templários não só enriqueceram de maneira impressionante, como também conquistaram um poder desmesurado. O já citado Michael Baigent sustenta que, graças à bula pontifícia de 1139, foi sancionado que eles não deviam obediência alguma, exceto ao papa, e que “tinham o poder de criar e depor os monarcas”. Para deles se desvencilhar, Filipe, o Belo, foi obrigado a tramar intrigas palacianas e processos oportunistas. Mas Baigent faz notar que os Templários foram exterminados somente na França. Na Escócia, na Alemanha e em Portugal, os soberanos se negaram a prendê-los, ou, se o fizeram, os livraram de qualquer acusação. Quando a Ordem foi liberada oficialmente pelo papa, eles se transformaram em três outras Ordens e grupos, entre elas: Os Hospitalários de São Giovanni e os Cavaleiros Teutônicos.

Na obra de um dos mais bem conceituados autores, A. Leterre, Os Hierogramas de Moisés – Hilaritas, ele nos dá notícias da Arca de Moisés:
“A Arca de Moisés era um tabernáculo no qual Deus deveria residir e falar com esse guia de massas hunas, visto que Deus não podia fazer surgir sarças ardentes a cada passo. A Arca do Testemunho, como a chamavam, deveria conter o Fogo Princípio e o Livro da Lei, cujo modelo Deus prometeu mostrar a Moisés no monte, o que se supõe não ter ocorrido, porque Moisés não relatou a audiência e construiu a Arca, apesar disso.”

Para saber que essa Arca era destinada a receber o Fogo Princípio – a eletricidade, basta confrontar o capítulo 25 do Êxodo, com o Livro dos Mortos da Antiga Lei de Rama, capítulos 1: 1,9,10, que diz:
“Eu Sou o Grande Princípio da obra que reside na Arca sobre o suporte.”

Só esta frase, escrita muitos séculos antes de Moisés aparecer no mundo, prova exuberantemente que já havia arcas idênticas no tempo de Rama e de AbRam, como veremos adiante.
Para Moisés, Deus é um Fogo Devorador (Deuteronômio IX, 3 – Hebreus 12: 29). Basta ler Êxodo. V, 1 a 26, 36 e Deuteronômio 1-2, para se ver que Moisés sempre falava com Deus no Monte Sinai em chamas.

Mas, admitindo mesmo que Deus tivesse mostrado algum modelo de Arca a Moisés, e, embora isso pese aos israelitas e aos que têm a Bíblia como a Palavra de Deus, Jeová nada teria mostrado de original naquela ocasião, a não ser alguns detalhes modernizados e de acordo com os novos acontecimentos das academias templários, mesmo porque, como vimos anteriormente e veremos mais adiante, esses aparelhos já haviam existido dezenas de séculos antes.

Assim é que os sumerianos, os acadianos, os caldeus, os persas, os indianos, os chineses, os etíopes, os tebanos e os egípcios, todos tiveram um Tabernáculo sobre o qual faziam descer o Fogo Celeste, por meios que nada tinham de material. Era nosso desejo reproduzir aqui esses monumentos da Antiguidade, conservados nos museus europeus e nas páginas da farta literatura arqueológica, mas não o fazemos para não alongar nosso texto, deixando que o leitor pesquisador recorra a esses livros de nossas bibliotecas públicas, até mesmo a da Federação Espírita. Contudo, para dar uma ideia do que eram essas Arcas Sagradas, reproduzimos na figura a seguir a Arca de Amon, cujo termo, em sua tradução, é carneiro, Lei de Rama, e era o santuário de Tebas, capital do Alto Egito, muitíssimo antes de Moisés existir. No desenho, ficam notórias, nas extremidades da Arca, as cabeças de carneiro, símbolo da religião de Rama. Ao centro do tabernáculo, veem-se dois querubins alados, defrontando-se; suas asas não tocam nas extremidades.

Essa Arca é transportada por varais, no ombro de sacerdotes, tal qual veremos com a de Moisés. Mas essa Arca de Tebas já era derivada da Arca usada pelos caldeus, pois igualmente se veem nos livros arqueológicos, nas gravuras, dois cherub, touros alados, com rostos humanos, defrontando-se com as extremidades das asas desunidas.
Os persas, que são anteriores aos caldeus, já usavam igualmente um altar sobre o qual faziam descer o fogo do céu, que veneravam como sendo o símbolo de Orzmud. Era o deus Agni, o deus do fogo da Índia.

Na Índia milenar, diz o Upnek Hat: “Conhecer a natureza real do fogo, da luz solar, do magnetismo lunar, da eletricidade atmosférica e terrestre, é o terceiro quarto da ciência sagrada”.
O Zend-Avesta, que exploraremos um pouco mais adiante, diz: “Invoca e compreende o Fogo Celeste”.
Phleton escreveu: “Se multiplicas teus apelos, ver-me-ás envolver-te, verás o raio, o fogo móvel que enche e inunda o espaço etéreo dos Céus”.

Em Eusthastius, vemos Salomé construindo um altar na cidade de Olímpia, sobre o qual fazia descer o Fogo Celeste, fato confirmado por Servius.
Segundo Suidas, um dos Zoroastros, porque houve vários, para selar sua missão e poder comparecer perante os deuses superiores, deixou-se voluntariamente fulminar pelo raio que captara.
O bárbaro romano Tullus Hostilius, ignorante, mas rico, no começo da Era Cristã, pesquisando um manuscrito do sacerdote real da Ordem de Rama e encontrando ali alguns fragmentos de uma fórmula eletrodinâmica, quis empregá-la; mas, por falta de ciência, afastou-se do rito sagrado, o raio explodiu nos Céus e Tullus morreu fulminado em seu palácio, que foi devorado pelas chamas.

Em Ovídio, em Diniz de Halicarnasse, é Silvius Alladas, 11º rei de Abba, desde Enéas, quem projetava relâmpagos e raios; mas, por falta de um rito, não se isolou e morreu.
Esse fato se reproduziu com os filhos do pontífice Aarão, Nadabe e Abihu, quando eles penetraram no Santuário da Arca de Moisés, sem estar devidamente isolados, e foram fulminados.

Nas medalhas gregas ou romanas, veem-se os templos de Juno, na Itália, e de Heré, na Grécia, armados de um sistema de para-raios. Os brâmanes já conheciam os para-raios no tempo de Ktesias, os quais ainda são vistos em seus templos milenares. O Templo de Jerusalém, construído sob um plano egípcio e caldeu, por arquitetos sacerdotes de Tyr e de Mêmphis, tinha uma armadura metálica com pontas de ouro e 24 para-raios comunicando com poços. O historiador Flavius Josephus, que viveu no primeiro século da nossa era, em Guerra dos Judeus, liv. V, cap. 14, registra o fato de o Templo jamais ter sido atingido por um raio, durante mil anos. Khondemir, Dion Chrisóstomo, São Clemente de Alexandria, Suidas e Amiano Marcellino atribuem aos diferentes Zoroastros, aos magos e aos caldeus os mesmos conhecimentos elétricos.

No começo da Era Cristã, vemos em Agathias, de Rebus Justin, liv. V, cap. 4, o arquiteto de Santa Sofia de Constantinopla, Antheme de Tralles, servir-se de eletricidade, de um modo pouco vulgar. Igualmente se vê Zenox projetar relâmpagos e raios e usar do vapor para deslocar um telhado.
Na história eclesiástica de Sazone, liv. IX, cap. 6, assiste-se à heroica resistência das corporações sacerdotais dos etruscos, que estiveram no Brasil, defendendo a cidade de Narmia, contra Alarico, a golpe de raios, a qual não foi tomada.
Porsenna fulminou pelo raio, no território de Volsinium, um animal fantástico cuja espécie está extinta; provavelmente, o célebre dragão ou algum iconodonte.

O profeta Elias, conforme se vê em II Reis, 1, 10-12, fulminou por duas vezes com o raio duas escoltas de 50 homens cada, comandadas por seus capitães.
Em I Reis 18, 32 e seguintes, vê-se claramente a descrição da Arca que esse mesmo Elias construiu, semelhante à de Moisés. No versículo 38, lê-se que o fogo do Senhor, depois da invocação, caiu do Céu e consumiu o holocausto, que era um carneiro, bem como as pedras e o pó, além da água que estava no riacho. Nos versículos 24 e 45, assiste-se a Elias invocando esse Fogo Celeste e fazendo chover à vontade. Não é de se admirar que, na Bíblia, profetas e magos faziam chover quando era necessário. Tudo isso provinha da escola de Melquisedeque, de Rama e do deus Amon.
Os brâmanes fulminaram e derrotaram o exército de Semírames, quando a rainha de Sabá, ex-amante de Salomão, quis invadir a Índia, pelo rio Brahma-Putra, que a partir de então ficou amaldiçoado.
Moisés igualmente, com as mãos, fulminou os exércitos inimigos.

Na China, o catecismo reza que os magos do Tibete eram detentores de uma força que matava mais de mil pessoas de uma vez. Nessa mesma ocasião, falamos do templo da China, onde o último imperador pontífice fazia descer sobre o altar de pedra, encimado pela palavra Sangté, o terrível Fogo Celeste que consumia a oferta.
Em todos os templos de Júpiter e de IEVÉ, cultivava-se cientificamente essa força elétrica, as faculdades morais e o princípio intelectual que se liga à vida do Cosmos.

Sabemos que, se esta obra fosse apenas sobre o tema discutido neste capítulo, precisaríamos de no mínimo umas 300 páginas, o que não vamos fazer. Entretanto, por não acreditar ser uma ideia dispensável, começarei a separar todo o material que pesquisei e escreverei uma obra apenas sobre Templários, Santo Graal, Sudário e a Arca da Aliança.
O paradeiro atual da Arca da Aliança é desconhecido. A história do Santo Graal inspirou vários livros de ficção e imaginação, incluindo filmes populares. A obra que mais gosto é a de Laurence Gardner, A Linhagem do Santo Graal – A Verdeira História do Casamento de Maria Madalena e Jesus Cristo, publicada no Brasil pela Madras Editora, na qual podemos ler:

“a figura do Graal é tida como a da taça que serviu Jesus durante a Última Ceia”

O Graal era muitas coisas, físicas e espirituais, mas, de uma forma ou de outra, sempre representava o Sangue Real: o Sangreal messiânico de Judá. O conceito de Santo Graal permaneceu além do alcance da compreensão, porque a raiz do seu significado dinástico não era de conhecimento comum, uma vez que fora suprimida pela Igreja no início da Idade Média.”

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