Certa feita, eu fiz uma pesquisa com cerca de cem Maçons sobre a Influência da maçonaria em atividades recreativas, e uma das perguntas era se os entrevistados sempre faziam ou forçavam ligações de qualquer obra de entretenimento com nossa Instituição. O resultado foi: “Apenas 7,8% dos entrevistados querem forçar ou fazer uma ligação de qualquer obra com a maçonaria. A maioria (47,8%), assim como eu, considera que tudo que é belo e expressa moral pode ser associadas a nossa augusta instituição, mas em contra partida, quase metade (44,4%) não entende desta forma.”. Agora me aprofundarei na questão tentando explicar a minha visão. A maioria que conhece meu trabalho sabe que eu odeio atribuir personalidades, momentos históricos, e obras que de fato nada tem haver com Ordem. Porém não sou contra comparativos de filosofia e ensinamentos de nossa fraternidade com obras não maçônicas. Comparar é sadio! E além do mais, serve para aproximar pessoas estranhas a nossa cultura que podem até ter um pensamento pejorativo sobre a maçonaria desmistificando (Alô Kennyo) uma imagem negativa sobre nós. Um bom exemplo disso é comparar a filosofia Protestante com a Maçônica, do qual eu já confeccionei um texto inteiro citando momentos históricos e comparando filosofias para provar que hoje alguns desses “Mega Pastores” estão completamente enganados sobre nós, agora, no entanto, usarei um trecho do texto do Maravilhoso Ambrósio Peters em artigo no “Caderno de Estudos Maçônicos – Antologia Maçônica” apenas para exemplificar o meu pensamento. “A maçonaria era reduto dos intelectuais que buscavam um ambiente onde pudessem expor suas idéias a coberto das ações dos governos autoritários e das interveniências da igreja católica através de sua inquisição. Também aí encontravam interlocutores a altura para seus diálogos em torno de suas idéias inovadoras. Os recintos reservados das lojas eram o lugar ideal, protegidas contra os intolerantes e contra a nefasta ignorância ativa da maioria dos homens públicos.” . Usando o relato acima, e se levarmos em consideração que os Protestantes também foram perseguidos por pregarem clareza nos ensinamentos bíblicos, inclusive tendo seu campeão Martim Lutero traduzindo a Bíblia do latim de forma a atingir as camadas mais populares, maçons e protestantes tem muito em comum. Agora, seria sandice minha afirmar que “Lutero era Grão Mestre dos Pedreiros alemães”, porém advirto aos irmãos, fiquem sempre Vigilantes, pois existem famosos escritores maçons que afirmam categoricamente informações provenientes do mundo da Lua. Diante dos argumentos apresentados, voarei alto agora, acima da fumaça produzida pelo incenso “poderoso” de Rizzardo. Em minha viagem matinal para o trabalho, enquanto ouvia o tilintar do trem entre os sulcos dos trilhos, mais uma vez lia Silmarillion de J.R.R. Tolkien, quando no capítulo “De Eldamar e dos príncipes do eldalië” me deparo com o seguinte trecho: “E aconteceu que os pedreiros da casa de Finwë, trabalhando nas montanhas em busca de pedra (pois adoravam construir altas torres), descobriram pela primeira vez as pedras preciosas e as apresentaram em miríades incontáveis. E inventaram ferramentas para cortar e lapidar as pedras, esculpindo-as em muitas formas. Eles não as guardavam como tesouros, mas as davam livremente e, com seu trabalho, enriqueciam toda Valinor.” É claro que todo mundo que tratar de pedreiros em uma fantasia medieval certamente terá similaridades com nossas lendas e ensinamentos, já que praticamente a Maçonaria é um sistema de ensino baseada em lendas e alegorias pertencentes ao universo da cantaria[1]. Mas ainda sim achei legal a forma como é tratado os pedreiros, e o mais interessante do qual eu faço um comparativo direto com nossa Augusta Fraternidade, segundo Tolkien eles não ficavam com nenhum tesouro esculpido por eles, eles simplesmente presenteavam os outros e com isso Enriqueciam Valinor (local de morada daquele povo), enquanto nós Maçons (pedreiros) devemos construir um edifício social, ou seja, extrairmos tesouros da fraternidade e distribuí-los ao mundo, através de nossas atitudes e exemplos. Ainda na mesma página, três parágrafo à frente, eu tive mais um “insight”, então vejamos agora se eu tenho que ir para uma clínica, ou realmente possui similaridades com nossa Ordem. “Finwë era Rei dos noldor. Os filhos de Finwë eram Fëanor, e Fingolfin, e Finarfin. (…) Fëanor era o mais hábil tanta na palavra quanto no trabalho manual. Era o mais Instruído que seus Irmãos. Seu espírito ardia como uma chama. Fingolfin era o mais forte, o mais firme e o mais valente. Finarfin era o mais belo e o de coração mais prudente. (…)”. Ora, aqui eu consigo comparar a fábula de Tolkien com nossos três principais personagens, já que Fëanor era o mais Instruído, equivalente a Salomão, o mais sábio, Filgolfin o mais Forte, comparado a Hiram, Rei de Tiro cujo aspecto principal é a força e Finarfin, o mais belo e de coração mais prudente com Hiram Abiff, já que o aspecto principal deste era a Beleza que adorna o espírito. Das duas comparações feitas com trechos distintos da obra de Tolkien, a primeira é realmente muito válida e engrandece já que pode ser ensinado um conceito maior, já a segunda é apenas similaridade de personagens, que não ensina absolutamente nada. E o melhor, são apenas comparações. Este texto não tem pretensão alguma de tascar um avental no Tolkien, então manos, chego à conclusão de que é possível comparar sem inventar, afinal a Maçonaria pode ser comparada com tudo que é belo! 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