A expressão “Justo e Perfeito” que empregamos na liturgia maçônica é bíblica e vem utilizada pelo Livro Sagrado em importantes passagens. A primeira está no Livro de Gênesis, Capítulo 6, Versículo 9, quando refere: “Noé era um homem justo e perfeito no meio dos homens de sua geração”. A segunda consta do Livro de Jó, Capítulo 14, Versículo 4, ao dizer: “Eu sou motivo de riso para os meus amigos; eu, que invoco a Deus, e ele me responde; o justo e perfeito serve de zombaria”. A mesma significação também é encontrada – com variação de tradução, mas de idêntico sentido – no Deuteronômio, Capítulo 32, Versículo 4, quando afirma: “Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é”. Na Maçonaria Operativa a expressão “Justo e Perfeito” parece encontrar fundamento no ofício empreendido nas Guildas da Idade Média, quando se aferia a perfeição da obra pela horizontalidade (com o Nível) e pela perpendicularidade (com o Prumo) dos objetos trabalhados. Tais objetos passavam por rígida fiscalização de Vigilantes que, ao final do dia, atestam ao chefe imediato da obra (o Mestre) se tudo estava ou não “Justo e Perfeito”. É por tal razão que as joias dos cargos de 1º e 2º Vigilantes são, respectivamente, o Nível e o Prumo. De fato, a rigidez dos trabalhos empreendidos por aqueles pedreiros livres fez vir à luz a construção de catedrais e templos suntuosos por toda a Europa, repletos de detalhes e ornamentos que jamais deixaram de atrair a admiração de todos. Ao Mestre da obra era transmitida a informação, pelos Vigilantes, de se as peças analisadas (por exemplo, as pedras trabalhadas) perfazem os padrões de exatidão exigidos, tanto na horizontalidade (no nível) quanto na perpendicularidade (no prumo). Estando cada peça ou objeto de acordo, o labor nos canteiros de obras deveria prosseguir, porque o respectivo trabalho estava “Justo e Perfeito”. Ademais, para se evitar o ingresso de impostores e fraudadores criaram-se sinais e palavras de reconhecimento naquelas corporações profissionais, mantendo-se a coesão entre os obreiros. Com a transição da Maçonaria de Ofício para a Maçonaria Especulativa as lições tomadas nas associações de construtores passaram a compor a mística que hoje se conhece e se estuda nas Lojas simbólicas, deixando as construções de serem reais para se tornar ilustrativas e dotadas de uma significação filosófica que está à base da maçonaria a partir de então. Daquele momento em diante, o que se visou “construir” ou “edificar” é, essencialmente, o templo interior de cada qual, com todos os percalços e dificuldades atinentes à sua perfeita concretização. As dificuldades operacionais para a construção de um templo também se fazem presentes no que tange ao nosso templo íntimo, a exemplo da lapidação de nossa Pedra Bruta, da constância da vida no prumo das virtudes e do fortalecimento de nossas colunas íntimas. Se houve dificuldades e desafios para a edificação daquelas obras monumentais, também para a construção de nossa casa interna (nosso Eu interior) tais percalços se apresentam, sendo o desafio de vencê-los aquele posto à consideração de todos os maçons ao redor do mundo. No R∴E∴A∴A∴, estando tudo Justo e Perfeito em ambas as colunas, o Venerável Mestre invoca o auxílio do Grande Arquiteto do Universo para abrir a Loja, momento a partir do qual tudo deve ser tratado sob os influxos da moral e da razão, não sendo a nenhum Irmão permitido falar ou passar de uma para outra coluna sem obter permissão, nem se ocupar de assuntos proibidos pelas leis maçônicas. Ao final dos trabalhos, o Orador, assim entendendo por bem, afirma que tudo transcorreu segundo os princípios e leis maçônicos e dá a sessão por “Justa e Perfeita”. “Justo e Perfeito”, portanto, é expressão altamente significativa no mundo maçônico, especialmente pelo seu fundamento bíblico, a indicar que os trabalhos em Loja devem ser conduzidos e transcorrer segundo os princípios da justiça e da perfeição; e que o nosso templo interior deve também ser edificado segundo os postulados da prudência e da virtude, que são aqueles que conduzem a tais desideratos. Tal é assim porque Deus criou o céu e a Terra com justiça e perfeição, devendo esse ensinamento bíblico ser espelho para a condução da vida de todos os homens. É evidente, no entanto, que o valor do “perfeito” apenas pode ser encontrado na obra do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Somente Ele é justo e perfeito, pois Ele é a verdade e n’Ele não há injustiça. Contudo, que não significa que buscar a perfeição não seja um objetivo a ser perseguido pela maçonaria universal. Por essa razão é que, além de justa, devem as sessões em Loja serem também “perfeitas”, ainda que a concepção de perfeição aqui empregada seja aquela afeta ao universo puramente humano, dado que somente Deus é, de fato, entidade perfeita. Importante é não perder de vista que o “Justo e Perfeito” que utilizamos em nossa Ordem é um mantra maçônico a indicar que se deve buscar, hoje e sempre, a pureza das relações à luz dos princípios da prudência e da virtude, sem o que o desenvolvimento de qualquer trabalho não logrará se desenvolver a contento. Para que as atividades maçônicas sejam pautadas pela justiça e perfeição é imprescindível invocar o auxílio do Grande Arquiteto do Universo, única entidade capaz de direcionar os trabalhos em Loja à necessária retidão. Também com o auxílio do G∴A∴D∴U∴ as atividades desarmônicas, que abalam a boa egrégora da Loja, devem ser repreendidas, porque impede sejam os trabalhos dirigidos à perfeição. Portanto, também faz parte da busca da perfeição a reprimenda de tudo aquilo que desarmoniza a Loja, seja em termos ritualísticos (formais) ou substanciais (materiais). O maçom tem o dever de empregar os conhecimentos adquiridos em Loja no mundo profano, em suas atividades diárias e perante a família e a sociedade em que vive. Os ideais de justiça e de perfeição, que são perseguidos pelos trabalhos maçônicos, devem ser também levados para toda a vida do homem maçom, sobretudo diante de seus semelhantes e das relações que os cercam, sem o que a missão da maçonaria de fazer impregnar na sociedade os valores maiores que defende e propaga não se concretizará. A justiça e a perfectibilidade buscadas nas Colunas do Norte e do Sul e também no Oriente são sintomáticas do desejo maçônico de sempre avançar rumo à busca de novos desafios e conquistas, para que seja possível aproximar-se do conhecimento da Verdade. Uma atitude Justa e Perfeita é alavanca a outras atividades sequenciais que deverão, da mesma forma, ser concluídas com a devida justiça e perfeição, e assim por diante. Em suma, tudo deve estar Justo e Perfeito dentro de Loja e também dentro de nossa habitação mais íntima, com a paz necessária a que se realizem os propósitos maiores para os quais o maçom se dedica diuturnamente. Este é um caminho dificultoso, porém gratificante, a ser trilhado com discernimento e prudência por todos nós, voltado à incessante busca da Verdade. Ir∴ Valerio De Oliveira Mazzuoli ANÚNCIO SEGUNDO O PRESIDENTE DO SINDICATO DOS CEMITÉRIOS PARTICULARES DO BRASIL (SINCEP), JOSÉ ELIAS FLORES JÚNIOR, O MERCADO FUNERÁRIO CRESCE ATÉ EM RAZÃO DAS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO PODER PÚBLICO EM ATENDER A POPULAÇÃO. E EMBORA PAREÇA CONTRADITÓRIO, O SEGMENTO TAMBÉM SOFRE COM A CORRERIA DO DIA A DIA DAS PESSOAS, QUE OPTAM POR CERIMÔNIAS MAIS CURTAS POR TEREM CADA VEZ MENOS TEMPO PARA SE DESPEDIREM DOS ENTES QUERIDOS. “O PRINCIPAL DESAFIO É QUE OS ROTUAIS FUNERÁRIOS NÃO SE TORNEM DESCARTÁVEIS PELAS FAMÍLIAS, AS PESSOAS ESTÃO VIVENDO A ERA DA INSTANTANEIDADE E ISSO INFLUENCIA NO SETOR, O TEMPO ENTRE A MORTE DE UMA PESSOA E SEU SEPULTAMENTO OU CREMAÇÃO NUNCA FOI TÃO CURTO”, DIZ FLORES. fonte: fecomerciosp