A gente vem pra esse mundo
como o destino escolheu:
Uns, caboclos como eu,
criados num campo fundo.
Outros, não largam um segundo
o seu jeitão entonado.
Hai os que nascem jogados
como filhos de perdiz
e tem quem brote feliz
pela fartura rodeado.

Dizia Jayme Caetano
– Tudo isso desaparece…
Tudo no mais se parece
quando a gente abrir os panos.
Os sonhos, os desenganos,
num piscar já não são nada.
Viramos poeira na estrada
e quem habita o mausoléu
tem o mesmo espaço no céu
que o peão da cruz falquejada.

Mas tem uma coisa que fica
pairando na voz dos ventos,
peleando a tapa com o tempo,
murmurando pelas bicas.
Pra mim, a coisa mais rica,
de tudo aquilo que temos
é a postura que mantemos
no ir e vir das andanças.
Esta é a maior herança:
O que de bom nós fizemos!

Me digam quem sente falta
de algum bandido ou ladrão?
Quem é que guarda paixão
por quem mata, quem assalta?
Bem no fundo o peito exalta
o tombar de um calaveira.
– Lá se vai mais um porqueira,
a gente fala brincando
quando um destes vai cruzando
a cancela derradeira.

Mas…Se é um Irmão que obedece
ao chamado do Arquiteto?
Ah…Sobre um cortejo discreto
as nossas almas advém.
As colunas estremecem
e do Oriente ao Ocidente
há um sentimento plangente
pelo adeus que não tem volta
e uma lágrima se solta
do Olho Onividente.

Quando o Pai Reculuta
um maçom em tantos nomes,
sabe que ali vai um homem
que poliu a Pedra Bruta.
Que suas armas nestas lutas
foram ideais libertários.
O maçom é voluntário
quando o assunto é independência
dos porões da inconfidência
aos farrapos legendários.

E não importa ao Supremo
joias, medalhas, diplomas,
o que interessa, o que soma,
são gestos, atos, exemplos.
É construir o seu Templo
com amor e devoção.
Crer no poder de união
e aplicar o aprendizado.
Não adianta Grau elevado
sem atitudes de Irmão.

É por isso, assim no mais,
que ao ir um maçom fraterno,
rumando o Oriente Eterno,
a terra dá seus sinais.
Na lagoa, os juncais,
se inclinam em reverência.
Flores exalam essências,
bem-te-vis gorjeiam cantos,
nuvens cinzas tecem um manto
como enlutando a querência.

Mas um maçom não falece,
tal qual não morre a bondade…
Ele fica na saudade
pois saudade não envelhece.
Fica nas horas de prece,
na Loja, em cada seção,
na Lenda de Salomão,
no brilho do Pentagrama,
reascende a cada chama
das brasas do coração.

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ARLS Templários dos Pampas Oriente de Porto Alegre • GORGS/COMAB Remetido pelo Ir∴ João Carvalho Paranapanema - SP

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