A gente vem pra esse mundo como o destino escolheu: Uns, caboclos como eu, criados num campo fundo. Outros, não largam um segundo o seu jeitão entonado. Hai os que nascem jogados como filhos de perdiz e tem quem brote feliz pela fartura rodeado. Dizia Jayme Caetano – Tudo isso desaparece… Tudo no mais se parece quando a gente abrir os panos. Os sonhos, os desenganos, num piscar já não são nada. Viramos poeira na estrada e quem habita o mausoléu tem o mesmo espaço no céu que o peão da cruz falquejada. Mas tem uma coisa que fica pairando na voz dos ventos, peleando a tapa com o tempo, murmurando pelas bicas. Pra mim, a coisa mais rica, de tudo aquilo que temos é a postura que mantemos no ir e vir das andanças. Esta é a maior herança: O que de bom nós fizemos! Me digam quem sente falta de algum bandido ou ladrão? Quem é que guarda paixão por quem mata, quem assalta? Bem no fundo o peito exalta o tombar de um calaveira. – Lá se vai mais um porqueira, a gente fala brincando quando um destes vai cruzando a cancela derradeira. Mas…Se é um Irmão que obedece ao chamado do Arquiteto? Ah…Sobre um cortejo discreto as nossas almas advém. As colunas estremecem e do Oriente ao Ocidente há um sentimento plangente pelo adeus que não tem volta e uma lágrima se solta do Olho Onividente. Quando o Pai Reculuta um maçom em tantos nomes, sabe que ali vai um homem que poliu a Pedra Bruta. Que suas armas nestas lutas foram ideais libertários. O maçom é voluntário quando o assunto é independência dos porões da inconfidência aos farrapos legendários. E não importa ao Supremo joias, medalhas, diplomas, o que interessa, o que soma, são gestos, atos, exemplos. É construir o seu Templo com amor e devoção. Crer no poder de união e aplicar o aprendizado. Não adianta Grau elevado sem atitudes de Irmão. É por isso, assim no mais, que ao ir um maçom fraterno, rumando o Oriente Eterno, a terra dá seus sinais. Na lagoa, os juncais, se inclinam em reverência. Flores exalam essências, bem-te-vis gorjeiam cantos, nuvens cinzas tecem um manto como enlutando a querência. Mas um maçom não falece, tal qual não morre a bondade… Ele fica na saudade pois saudade não envelhece. Fica nas horas de prece, na Loja, em cada seção, na Lenda de Salomão, no brilho do Pentagrama, reascende a cada chama das brasas do coração. Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ