Há uma história que é muito contada nas escolas para os alunos, bem como é fonte de inspiração para vários desenhos animados e acredito que todos nós conhecemos. Refiro-me à história infantil em que aparecem os “três porquinhos” como personagens. Portanto, vamos fazer um rápido resgate desta história infantil. Resumidamente, a história conta como cada um dos três porquinhos construiu a sua própria casa, na tentativa de se proteger e escapar do lobo mau. Um deles, cheio de preguiça, construiu sua casa de palha, veio o vento e destruiu tudo; outro, também não muito animado, usou uma madeira leve, fraca e também não obteve sucesso, pois a casa desmoronou; já o terceiro, que acabou demorando mais, pois usava um material que requeria mais trabalho pesado, mas quando vieram às tempestades e as ameaças do lobo, não teve o que temer, pois seu abrigo realmente o deixou protegido. Há uma passagem bíblica no Livro de Mateus, que diz que não devemos construir nossa casa em um terreno arenoso. Pois não tendo uma base segura ela poderá desmoronar. Devemos sabiamente procurar um lugar que esteja preparado para as intempéries e assim como está no livro sagrado “desceu a chuva e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha”. E cada um de nós conhecedores destas histórias, poderíamos perguntar: como estamos construindo nossa casa? Será que estamos realmente edificando a nossa morada, tornando-a um porto seguro para nós mesmos, bem como, para aqueles do qual somos coabitantes? Não pretendo com este texto discutir a questão da engenharia, o que não poderia justamente pela falta de conhecimento, mas sim aproveitar destas passagens para construir uma reflexão que possibilite perceber e refletir sobre a nossa própria existência, sendo assim, uma reflexão metafórica sobre a nossa própria vida. A vida é uma eterna construção. Nossos corpos representam o imóvel que se move sem cessar. Da mesma forma que construímos a nossa vida, construímos também a nossa história. Pois uma é o reflexo da outra. Quando decidimos construir, dentro das nossas possibilidades, primeiramente nos deparamos com uma série de situações, tais como: local, tamanho da obra, custos com mão de obra, material e demais detalhes que aparecem no decorrer da obra. Todas estas situações requerem um olhar atento e ao mesmo tempo justo e real, isto quer dizer, que esteja dentro das possibilidades de cada um. Com a vida não é diferente, somos, na maioria das vezes o que escolhemos, pois nossas escolhas refletem diretamente o que somos e como estaremos construindo e dando robustez à nossa vida. Poderíamos comparar o local e o terreno escolhido, com os nossos amigos. Eles podem ser o solo firme ou o solo arenoso. Com quem andamos ou convivemos diz muito sobre quem nós somos. E mesmo nas exceções, pois sabemos que elas existem, ao conviver com pessoas que não valem a pena, corremos o risco de colocarmos nossa casa em constante perigo. Existem pessoas que simplesmente não acrescentam nada, pelo contrário são um terreno infértil. Não adianta, portanto, um bom material nas mãos de pessoas erradas, não adianta colocarmos nosso maior tesouro que é nossa vida, nas companhias de pessoas fúteis e por que não dizer, vazias. Seguindo com a utilização dos materiais, pouco adianta subir uma parede se ela não está aprumada e ereta. O mesmo deveria servir para nós, o que adianta uma vida torta, sem prumo, fora de esquadro. Uma hora vai desmoronar, mas até este dia chegar todo mundo vai notar e perceber a parede feia e malfeita, a exemplo de uma vida vazia. Uma casa pequena pode ser aconchegante da mesma forma que uma casa grande pode ser aconchegante. O contrário também é verdadeiro, pois o tamanho e o seu formato não dará a casa o que dela esperamos, mas o que dará o brilho que queremos, são os seus habitantes. Pouco importa o nosso tamanho, pouco importa o que fazemos com a nossa carne, se os nossos valores são mesquinhos e pequenos. Nossa construção, nosso lar, só terá sentido se os nossos valores forem condizentes com aquilo que verdadeiramente se espera de um ser humano. Ser obreiro da própria vida é a nossa grande razão de ser. Os porquinhos nos ensinaram da mesma forma que a vida nos indica todo momento, que a nossa casa terá o formato que estivermos dispostos a edificar. Leave a ReplyYour email address will not be published.CommentName* Email* Website Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar. Δ