Respeitável segmento da História passa a crença de que o medievo inglês ganhou a menção honrosa de ver nascer e crescer em seu seio a maçonaria. Então Corporação de Ofício, cujos integrantes se dedicaram às construções de pedra, principal matéria-prima utilizada para erigir, naqueles tempos, palácios, mosteiros e, sobretudo, as grandes catedrais góticas. Pedreiros que empolgaram e atraíram gerações com o seu trabalho e, mercê disto, robusteceram, perante a humanidade, o nome de sua Corporação que ficou, na história, conhecida como a Maçonaria Operativa.

Missão cumprida, o Velho Mundo, já no século XVIII, rendeu-lhe grande e indestrutível homenagem, indo buscar, na simbologia de seus feitos, a geração de uma outra maçonaria – a Especulativa. O objetivo era o mesmo: construir. Não mais a construção de obras de pedra, destinadas ao usufruto de alguns. Mas a edificação de uma sociedade que baseada no amor, ensejasse a felicidade para todos.

Neste mundão de hoje, ganancioso e desumano, o Brasil, por exemplo, que propala ser a 6ª economia do planeta com cerca de R$ 4,14 trilhões e se nega de pagar R$ 1.451,00 de piso salarial ao mestre que educa a juventude, levanta-se o maçom para a reconstrução da humanidade, em “que todos sejam um” (divisa da maçonaria da COMAB) no amor a Deus e, por extensão, não só amando o próximo, mas também dignificando a família e honrando a pátria. Cooperador da obra divina, e, nisto, seu continuador, pois a vida nos é dada para ser feita e, como é uma “peregrinação de retorno à Casa do Pai” (Santo Agostinho), deverá ser talhada segundo as exigências de sua destinação.

O maçom é um “construtor de templos à virtude”. Assim rezam as normas da Fraternidade. A Loja é a escola de sua formação. Para esse mister, a ela os maçons comparecem com assiduidade, para com os seus irmãos instruírem-se reciprocamente nas práticas da virtude. O maçom, ele mesmo esculpindo-se, adaptando-se nessa formação, ao espaço que lhe for reservado no levantamento do edifício social, “submetendo suas vontades, vencendo suas paixões”. Mas estar sempre advertido de que “na construção do templo”, de permeio, no material, encontram-se vários obstáculos, entre eles a ignorância, que em nosso País “nega ensino médio a dois terços de sua população e condena a outra parcela a uma educação sem condições de competição no mundo moderno”.

Por isto a maçonaria leva na mais alta advertência o combate a ela. É do seu ideário o combate a essa triste condição da humanidade, alertando que a “ignorância é a mãe de todos os vícios.” Então “cavar-lhe masmorra” é missão fundamental. O maçom é um missionário que se forma construtor, não para ostentar o diploma colocado na parede de seu gabinete de trabalho, mas para ir construir. Daí o entendimento de que a Loja maçônica não é o limite, e sim a vertente. É como se desse interpretação e praticidade à parábola do “semeador” que recebeu as sementes, mas não as guardou em seu embornal. “Exiit seminare” (Mateus XIII, 4) – Saiu a semear …

Nossa sociedade profana está carente de um maior impulso em sua marcha para o progresso. Muitas nações já desfrutam de uma excelente qualidade de vida. Mas nós não estamos dentre elas. É urgente, portanto, correr em sua busca. E por que ainda não estamos lá? O diagnóstico desse atraso aponta para um acentuado estágio de ignorância em que nos encontramos. Somos República há 123 anos, mas vejamos que triste marca detemos!: “mais de 12 milhões de adultos não reconhecem a própria bandeira, porque não sabem ler o texto escrito nela”. Os maçons devem estar atentos a esse diagnóstico. Não só atentos, mas também convocados para o fomento das atividades de superação desse emperramento, porque nossa destinação

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