Entre todas as instituições humanas, a Maçonaria é a única que tem previsto sua própria decadência e a maneira de remediá-la. Não se forjam ilusões acerca do perigo interior que ameaça a todos os seres viventes em razão dos germes mortais e da dissolução inerente a todo organismo. Os inimigos exteriores da Maçonaria podem obstruir e mesmo paralisar as atividades maçônicas, porém não poderão nos destruir (matar). Só as doenças, como consequência dos nossos desencontros interiores, nos conduzirão ao túmulo.

Toda higiene provisória dará, pois, boa conta desses elementos dissolventes que vai nos minando secretamente, razão pela qual devemos vigiar pelo nosso bom funcionamento vital. Para resistir à morte, devemos conhecer seus agentes, a fim de neutralizar constantemente sua obra nefasta. Na Maçonaria, a solidez do edifício nada tem que temer da chuva, do vento nem dos clamores furiosos do exterior, porém deve temer os obreiros que trabalham mal e com seu espírito perverso comprometem a corporação e podem até matá-la, se a Ordem não possuir um poder suficiente de resistência à dissolução.

A Maçonaria é uma instituição indispensável ao desenvolvimento da humanidade e por isso mesmo não poderá facilmente desaparecer, até porque a beneficia com seu espírito de vida e pode ser comparada ao Fênix, o renascer de suas próprias cinzas. O instrumento usado ou corrompido que se desloca pela ação do fogo construtor é substituído incessantemente por novos organismos mais e mais adaptados à sua missão – por isso a Maçonaria é imorredoura.

E, cada vez mais, o filho da putrefação sucede mais resplandecente a seu pai assassinado, como Hórus, o Sol Matinal, diariamente volta a empreender a carreira de Osíris, que declina a partir do meio-dia, para fundir-se com as trevas do Ocidente. Porém, para ressuscitar mais forte e mais gloriosa, a Maçonaria deve precaver-se contra o mal que determina sua destruição (perdição). Trata-se de um triplo instrumento representado pela “ignorância”, “hipocrisia” e “ambição”. Tais elementos são os indignos companheiros que constantemente atacam o respeitável Mestre Hiram, que representa a tradição maçônica de forma personificada.

Visto que os criminosos da Lenda são obreiros que cooperam uns com os outros na Construção do templo, é dentro e não fora que devemos buscar os mais terríveis inimigos da Maçonaria.

Seguramente que estes três maiores vícios estendem seus tentáculos por toda a humanidade, a qual necessita curar-se, gradualmente, da ignorância, do fanatismo e da superstição. Porém, antes de propormos, orgulhosamente, sermos os médicos dos demais, sejamos modestos e procuremos, antes, cuidar da nossa própria saúde – um provérbio vulgar nos ensina que “o bom juiz por sua casa começa”. A Maçonaria, em sua obra de saneamento e regeneração deve, pois, começar por si mesma, esforçando-se para extirpar de seu seio os vícios já mencionados. Não estará verdadeiramente à altura de sua missão até o dia em que a fraternidade entre nossos Irmãos não se mostrar instruída, tolerante e desinteressada. Então, e somente então, sua influência intelectual e moral se firmará definitivamente.

Por conseguinte, procedamos ao desmascaramento dos assassinos de Hiram. Desgraçadamente são eles muito numerosos, pois muitos são os maus Irmãos; porém muito a miúdo não sabemos o que fazer, visto que encontram submergidos na ignorância maçônica mais deplorável e para isto contribui a ascensão aos graus mais elevados da nossa Ordem sem o devido conhecimento, e até com a dispensa dos interstícios. Em nome de um racionalismo com mais solidez do que primor, reclamam a supressão de fórmulas práticas em cuja essência e razão de ser dizem não crer ou dizem não crer na sua essência e razão de ser. Esse vandalismo se inspira numa lógica rígida e num dogmatismo estreito. Privado de seus sinais materiais de manifestação, o espírito maçônico se encontra reduzido à impotência pelas mutilações e alterações que o simbolismo tradicional sofreu nos últimos anos. No entanto, nenhum ensino iniciático é possível sem os símbolos sobre os quais se assentam; imaginem uma iniciação com a supressão das viagens. Racionalizada ao prazer do anti-simbolismo, a franco-Maçonaria não passaria de uma escola na qual os alunos que ainda não sabem ler decidiram decretar a supressão do alfabeto

Antes de falarmos sobre os ensinamentos morais da Maçonaria, talvez valesse a pena uma consideração especial: “A estreiteza do coração é pior que a estreiteza da inteligência” A Maçonaria procura, pois, a transformação do homem em sentido estritamente espiritual, enquanto o objetivo principal é a regeneração moral e o renascimento interior, e ensina aos homens o amor fraternal, apesar de suas limitações, divisões, fronteiras e raças. Mesmo assim, devemos elevar-nos sobre nossas diferenças para nos comunicarmos com afeto e mútua tolerância, fora da qual não existe a franco-Maçonaria.

Que pensarão os chamados profanos (pessoas não iniciadas nos rituais maçônicos) desses presunçosos Maçons que, crendo-se os únicos possuidores da verdade maçônica, veem com ira e com rancor os que não pensam de conformidade com as suas ideias? Como se proclamam infalíveis em suas opiniões, estes pontífices instituem os dogmas e fulminam incessantes excomunhões contra os opostos ao seu modo de ser. Este tipo de raciocínio tende a desorganizar a Maçonaria, a reduzi-las às dimensões de uma estreita igreja, esquecendo-se que as Lojas maçônicas se estendem do “Oriente ao Ocidente” e do “Sul ao Norte”. Uso estas expressões para relembrar até que ponto se impõe a universalidade da nossa instituição fundamental e essencialmente antissectária. Assim, infiltrando-se entre nós sob diversos disfarces, o espírito do sectarismo reduz a pó os alicerces da nossa fraternidade universal e desassocia as pedras do edifício, pretendendo volvê-las ao talhe para serem trabalhadas com mais perfeição e, assim, com o esquadro do seu conceito particular atuam os intolerantes, os sectários e os fanáticos sobre os justos princípios de nossa Ordem e ferem o coração do Mestre Hiram.

Como todos os vícios, o fanatismo sempre resulta do exagero de uma qualidade que precisa formar uma convicção para produzir efeito. Eminentemente ativo, o Companheiro não pode se manter no cepticismo flutuante, forçosamente necessita de uma base de convicção para dar continuidade à sua caminhada. Porém, tendo alcançado livremente a determinação, respeitará a liberdade dos demais, dando-se conta das divergências que resultam da complexidade dos aspectos das coisas, de tal modo que certos Irmãos, e com muito mais razão os profanos, chegam com toda sinceridade a conclusões contraditórias a propósito da Maçonaria.

Quando a desinteligência e o sectarismo concluem sua obra, nada mais resta a Hiram do que receber o golpe de misericórdia. Aletargado, perde o prumo sob o malhete dos ambiciosos. Estes só pensam em tirar partido em proveito de um instinto falso em via de formação. Separando-se de seu sublime, ainda que distante objetivo, ele fixa uma meta imediata para servir aos seus propósitos egoísticos. A franco-Maçonaria se apresenta assim como um instrumento de um conluio político, monopolizadora do poder ou de uma conspiração dirigida contra o bem geral – esta é a morte do maçonismo – indiferente diante do seu próprio cadáver.

A Lenda de Hiram e os seus ensinamentos desdobrados em inúmeras lições, servem para fornecer os instrumentos – tesouro imperecedouro – para a reconstrução do Supremo Templo Humano.

– Excerto do livro “A Lenda de Hiram” que será lançado, em dezembro, pela Editora maçônica A Trolha, Londrina PR. Publicação autorizada pelo Editor. Produção literária do escritor Luiz Gonzaga da Rocha, Grande Secretário de Educação do Grande Oriente do Distrito Federal – GOB. Nova edição, revisada e ampliada.

Ir∴ Luiz Gonzaga da Rocha

ANÚNCIO

FRANQUEADORA DE CEMITÉRIOS PARTICULARES

Estamos inovando no mercado brasileiro de franquia, com um modelo de negócios jamais visto. Você sabia que a maioria dos cemitérios em quase todas as cidades do Brasil já não estão conseguindo atender a demanda da população? Isso significa que a demanda por cemitérios particulares irá crescer, e para isso, projetos inovadores como cemitério vertical é um grande investimento a médio prazo. Nós temos Know-How com o ramo funerário e muito conhecimento sobre cemitérios. Veja alguns dados sobre o ramo no Brasil.

O aumento no número da população no país impulsiona a demanda por cemitérios particulares. Um investidor visionario e com interesse em obter lucros a médio e longo prazo, deverá nos contatar para receber os materiais detalhados com o plano de negócios. Todo projeto foi desenvolvido com base na experiência de 29 anos de mercado do grupo LutoPax aliado a profissionais de expansão de negócio e marketing.

About The Author